O dia mundial da Amamentação celebra o poder do leite materno e reforça a importância dos cuidados necessários para uma amamentação segura. Para mulheres vivendo com hepatites, é essencial seguir orientações médicas, garantindo a saúde da mãe e do bebê.
Estou grávida e tenho hepatite. Vou poder amamentar? Infelizmente, diante da sua pergunta ao obstetra ou enfermeira não especialista há grande chance de você receber uma resposta errada. O desconhecimento faz com que estes profissionais desencorajem as mães vivendo com hepatite B e C para não amamentar!
A única mãe que NÃO deve amamentar é a mãe VIVENDO COM HIV, pois o leite materno ocasiona o risco considerável ao lactente de contrair a infecção. Por outro lado, vários estudos comparando mães vivendo com hepatite B que amamentaram versus mães que não amamentaram, não houve aumento na taxa de transmissão para o recém-nascido, desde que, o bebê tenha realizado a profilaxia recomendada para a hepatite B. Não existe vacina para a hepatite C. Apesar disso, os estudos também não evidenciaram aumento significativo na transmissão da hepatite C através da amamentação.
O que posso fazer para reduzir o risco do meu bebê pegar Hepatite B na amamentação? A vacina para hepatite B é altamente segura e disponível no SUS, em qualquer posto de saúde. Após a vacinação o organismo demora algumas semanas para atingir uma quantidade adequada de anticorpos, sendo desejável a aplicação concomitante de anticorpos préfabricados contra a hepatite B. Tais anticorpos encontram-se presentes na HBIG (imunoglobulina específica para a hepatite B). A HBIG encontra-se disponível nos CRIES, Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais. A aplicação das vacinas deve ser realizada preferencialmente ao nascer, podendo trazer benefício se realizada até 7 dias após o parto.
São essas as vacinas necessárias:
Vacina para Hepatite B
Imunoglobulina humana específica para Hepatite B – 0,5 ml intramuscular ao nascer.
Antes do parto existe alguma forma de prevenção da transmissão de Hepatite B para o meu filho? Além da profilaxia ao nascer, a gestante vivendo com hepatite B deverá ser avaliada durante o período pré-natal, preferencialmente no primeiro trimestre, quando deverá realizar um exame chamado quantificação da carga viral da hepatite B. Se essa carga viral for maior que 200.000 UI/ml, essa gestante deverá receber o Tenofovir 300 mg, via oral ao dia, a partir da 28ª semana da gestação, objetivando reduzir ainda mais a transmissão vertical da hepatite B no período da gravidez e durante o parto.
Em caso de fissura (ferida) no peito devo parar de amamentar? “SIM” Em caso de ferimento com saída de sangue visível, recomenda-se parar a amamentação na mama que está ferida até a sua completa cicatrização.
Estou com Hepatite A aguda, posso amamentar? Os vírus de transmissão oral-fecal, como o da hepatite A, têm maior possibilidade de serem transmitidos ao recém-nascido no momento do parto. Além disso, o vírus da hepatite A pode ser excretado no leite humano na fase aguda da doença.Quando o parto ocorre nessa fase da doença, a criança deve receber imunoglobulina anti-HVA na dose de 0,02 ml/kg. Essa conduta é indicada para todas as crianças, independentemente da amamentação, e confere proteção que supera o risco da criança adquirir a doença. Assim, o aleitamento materno não é contraindicado.
Juntos, com informação e cuidado, podemos garantir uma amamentação segura e saudável para todas as mães e seus bebês. Continue se informando e cuidando da sua saúde!